domingo, 13 de fevereiro de 2011

Toda nudez será castigada




(Casa Claudia)


Tudo bem, você construiu ou comprou sua casa. Ou alugou uma casa ou apartamento. Segunda etapa: conseguiu mobiliar o seu lar. Aí, dá aquele choque! Você olha para os lados e se depara, então, com uma nudez absoluta. Nada contra a nudez, mas convenhamos que ela tem hora e lugar. Talvez mais lugar do que hora. Mas, paredes nuas?! Um nada absoluto? Nada que evoque uma lembrança, que desperte alguma emoção? Já morei em uma casa seminua (eu nem sabia, ainda, que Nelson Rodrigues escrevera Toda  nudez será castigada). Coisas da vida: roteiro ruim, atores canastrões, direção péssima, e deu nisso: paredes tristinhas, envergonhadas, quase peladas. Mas já me redimi, e penduro o que posso (exceto eu mesma, por razões óbvias). Pitaco de grátis : não pendure nada só por pendurar, não se justifique (ah, mas esse quadro quem pintou foi meu primo...), não faça marketing gratuito do pet shop, da farmácia, da loja de tecidos, da oficina mecânica, pendurando calendários de gosto duvidoso. Selecione. Misture. Fotografia, tela, aquarela, um bordado original, uma colher bacana, as agulhas de tricô da sua bisavô, espelhos, pratos, máscaras, travessas... Você quer, você pode. Com um pé direito duplo, então, você faz misérias. Um andaime e você alcança alturas domésticas nunca dantes escaladas. Capriche. Todos os dias você vai olhar para suas paredes. Elas serão suas companheiras durante long, long time. A não ser que você seja uma milionária excêntrica e mude de casa todo mês. Não espere ser compreendida sempre. Coloquei no quarto da minha filha uma foto do Johnny Depp (que ela adora) e muitas pessoas já perguntaram se é um primo, um namorado (Até hoje, apenas minha amiga Margareth entrou no quarto e começou a gemer. E eu: Você também ama o Johnny Depp? E ela: Ai! E eu: Eu também amo, amo, amo!) Uma certa originalidade é indispensável. Ou falsificável. Coloquei uma foto da minha filha, ainda bebê, quase imperceptível num emaranhado de panos e cores e, a uma certa distância, dá até para dizer que é uma reprodução de um quadro do Manabu Mabe (aliás, quando eu receber uma visita míope e ela me perguntar o que é isso?, vou esnobar: ah, é um quadro da fase inicial do Mabe). Hipermegachic! Parafraseie o lema do Cinema Novo: Uma ideia na cabeça e uma furadeira na mão. Ih, a  frase original seria Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça? Ou Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão? Bem, tanto faz.

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P.S. Este blog terá seu endereço modificado para www.mariliafleury.blogspot.com


sábado, 12 de fevereiro de 2011

O papelão de Domingos Tótora

Domingos Tótora cria móveis e objetos de papelão na cidade mineira de Maria da Fé. Abaixo, entrevista na revista Casa Claudia.
"Como nasceram seus móveis de papel e cola?
Dava aulas de arte para crianças e um dia moldei um prato com restos de material. No dia seguinte, vi no supermercado pilhas de papelão e passei a esculpir com ele. As peças viraram móveis ou não, dependendo do corpo que ganhavam. Por isso, digo que não sou designer. Sou um artista e artesão, que faz design de fora para dentro: a forma me dá a função.
Seu trabalho remete à pedra bruta.De onde vem essa referência?
Nasci e trabalho em Maria da Fé, um lugar cercado por essas formas depositadas pelo tempo. A noção de crueza vem da possibilidade que o material dá para criar volumes brutos, sem nenhuma cobertura, pintura ou pelo.
O lixo é um caminho para produzir móveis no futuro?
O lixo é o material cuja oferta mais cresce no planeta. Mas não se deve pensar em mero aproveitamento. É preciso que os objetos carreguem um sentido e causem emoção."

P.S. O endereço deste blog vai ser mudado, em breve, para www.mariliafleury.blogspot.com




sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A luz difusa do abajur lilás, ou verde, ou preto, ou azul, ou amarelo, ou laranja, ou roxo, ou vermelho...

Abajur Rouge et Noir, criação de Marília Fleury

Os versos de Rosa Passos, Ivan Lins e Fernando de Oliveira E eu me pergunto agora que será/ da luz difusa do abajur lilás/ se na lembrança não iluminar/ o tempo lindo que ficou pra trás, e os do cantor anglo-americano Ritchie, que falam de um certo abajur cor de carne (que, contrariando a intenção do cantor e compositor, levava muita gente a imaginar um bife cru), mostram que a iluminação é um fator decisivo na hora de criar um climinho ou um climão, dependendo da intenção (juro que a rima foi involuntária!). Assim, nada mais lógico que dedicar à iluminação um cuidado especial. Observe que as luminárias de chão ou de mesa tornam aconchegante o ambiente, e que as lâmpadas incandescentes, de tom mais amarelado, dão mais conforto visual. Assim, reserve as brancas para cozinhas,  banheiros, ambientes de trabalho (ou açougues, ou supermercados, ou farmácias, ou...) Só. Afinal, o que menos desejamos é ser confundidas com parentas próximas do incrível Hulk. Um bom projeto elétrico evita que os fios fiquem muito longos ou que, ao contrário, sejam necessárias extensões para ligar as luminárias.Ao colocar um lustre sobre a mesa de jantar, a distância deve variar de 75 cm a 1 metro. Se o ponto de iluminação estiver descentralizado, prenda a corrente do lustre em um ganchinho centralizado sobre a mesa. Para um momento sossego, uma luminária de chão ou um abajur ao lado da poltrona ou do sofá são indispensáveis. Para aumentar visualmente o espaço de um ambiente pequeno, utilize luminárias voltadas para o alto (e pinte as paredes de cores claras). Abajures diferentes em mesas laterais tornam o ambiente mais dinâmico. Você até pode ter abajures iguais nas mesas de canto do sofá ou do quarto de casal, mas você não precisa. Liberte-se do tudo combinadinho. No quarto do casal, uma luminária dobrável, direcionada para o ponto que se quer iluminar, evita que se incomode aquele que deseja dormir. No espelho do banheiro, use lâmpadas mistas que não esquentem e que possuam uma boa reprodução de cor. Um ponto de iluminação fora do box e outro dentro também são aconselháveis. Em bancadas de trabalho ou estudo, instale lâmpadas dicróicas. Os dimers também são um recurso bem acessível para variar a intensidade da iluminação. Enfim, capriche na iluminação, começando por aquele indispensável abajur ao lado da cama, para aquelas noites em que você só quer voltar para sua cama e para aquele livro que você não consegue parar de ler (ah, Paul Auster e seus desvarios no Brooklyn!).
P.S. O abajur que abre esta postagem é uma criação minha. Adorei! (não reparem, minha falsa modéstia tirou férias). Se alguém desejar um parecido, aceito encomendas.


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