quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Objetos - usos, apego e desapego, minimalismo

                                              
                                           (Casa de Frans Krajcberg, em Nova Viçosa -BA)

                                               As coisas
                                              
                                            As coisas têm peso
                                            massa,
                                            volume,
                                            tamanho,
                                            tempo,
                                            forma,
                                            cor,
                                            posição,
                                            textura,
                                            duração,
                                            densidade,
                                            cheiro,
                                            valor,
                                            consistência,
                                            profundidade,
                                            contorno,
                                            temperatura,
                                            função,
                                            aparência,
                                            preço,
                                           destino,
                                           idade,
                                           sentido.
                                           As coisas não têm paz.

                                        (Arnaldo Antunes, As Coisas, Editora Iluminuras)

Sobre objetos. A matéria de capa da revista Vida Simples, de fevereiro (já saiu!) deste ano (recomendo enfaticamente, adoooro essa revista!) é Por que acumulamos demais. A matéria explora várias facetas do ato de acumular, dentre elas o papel do objeto na construção de uma identidade. O livro Jogue 50 coisas fora garante que atingir esse número pode mudar radicalmente nossas vidas. Será? Não sei. Essa questão é muito pessoal. Só o possuidor do objeto pode aquilatar o real significado das coisas que ele acumula. Convenhamos que exteriorizar nossa personalidade é uma necessidade e que nossos valores e sentimentos podem ser expressados por objetos; convenhamos, também, que algumas coisas possuem valor afetivo inquestionável (se não fosse assim, por que eu guardaria os dentes de leite dos meus filhos?); convenhamos que a vida é transitória e que os objetos não possuem o poder de interagir com as pessoas (em caso de livros ou objetos de arte, acho isso meio questionável, costumo pensar que eles têm vida própria); enfim...convenhamos...e combinemos que o excesso é injustificável, roupas demais, sapatos demais, objetos demais...Já ouvi esta frase Fulano nem sabe o que ele tem. Como assim???!!! Não faça perguntas como: O que eu faço com esta porta que está sobrando? Dê para quem precisa! Enfeitinhos em excesso? Atravancações? Tranqueiras? Roupas que não servem? Cinquenta sapatos? Dez jarros para flores? Você pretende montar um serviço de buffet? (Ecobags são um caso à parte, é bom ter muitas à mão, para deixar no carro, para emprestar...). Doe, presenteie. Alguém certamente terá real necessidade dessas coisas (sim, de enfeites também, o desejo de enfeitar está presente mesmo nos lares mais humildes, na forma de panelas areadas, forrinhos, o vaso de flores sobre a tv etc) e ficará feliz ao recebê-las. Então, livre-se do que não combina mais com você, daquilo que você não precisa de jeito nenhum, daquilo que você não precisará jamais; vi, em uma gaveta, uma máscara de dormir, e nem sei de onde veio isso, aliás, só vejo máscaras de dormir em novelas e filmes: não é minha, mas ai, que vontade de jogar fora!  As fotos abaixo mostram o charme e a praticidade de ambientes minimalistas, que refletem simplicidade e desapego. A casa do escultor polonês Frans Krajcberg é um show de despojamento, e você fica doida para morar lá; mais ainda, você fica louca para ser o Frans Krajcberg   e viver daquele jeito, em paz com o pouco de suas posses e com o muito de sua arte. E reaproveite, na medida do possível (e do quase impossível), adotando o lema uma coisa é outra coisa, e ainda outra coisa, e outra coisa além...até não se lembrar mais das feições originais do móvel ou objeto em questão.

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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Verão e varandas

"É verão, bom sinal, já é tempo de abrir o coração e sonhar...", diz a canção do Roupa Nova. E deitar, e rolar, e balançar numa rede, e matar a sede com limonadas geladíssimas, e curtir o lado de fora da casa. E resistir a uma varanda, quem há de? E, se você tem uma varanda, faça dela sua sala de visitas, seu canto de leitura, a extensão do seu quarto. Se a varanda for lateral ou nos fundos da casa, ou protegida por um muro, faça dela sua sala de jantar, com mesa, cadeiras, plantas e rede. Falta de espaço também não é desculpa para você não curtir sua varanda: algumas plantas, uma espreguiçadeira, uma luminária ou velas (ou os dois), e voilá seu spa particular, pessoal e personalíssimo. Se você mora em apartamento, vale até mesmo a grama artificial para criar seu jardinzinho. Agora, não tente transformar uma sacada em varanda, fica aquela coisa, assim, forçada, desconfortável, já que,  muitas vezes, as sacadas oferecem espaço apenas para você olhar a rua (sem se debruçar) e cultivar um vasinho (de violetas, de preferência). Você pode criar mil usos para uma varanda. Uma tia (a mesma que dormia durante o dia no chão do banheiro) improvisava cortinados com lençóis, colocava o colchão embaixo da mesa de jantar e dormia serenamente na sua cama alternativa com dossel. Você dribla o calor, afasta os pernilongos e dá um show de estilo, ou de excentricidade, sei lá...

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Escadas - Primeira Parte




Tránsito inicial

Escadas vertiginosas, modernosas, poderosas, despojadas, sofisticadas, rústicas... Há escadas para todos os gostos. Não se deixe levar por aquela corrente de pratiquinhos, que colocam a maior dificuldade no ato saudável e, muitas vezes, estonteante (a cena da deusa hollywoodiana no alto da escada é um ícone no imaginário de centenas de cinéfilos) de subir e descer uma escada. Quantas vezes você já ouviu a frase "ah, mas não é prático"? Ok, viver também não é muito prático, e no entanto...Uma das razões pelas quais eu sempre achei um mezanino a cereja do dry martini é a inevitabilidade de uma escada. E que bacana quando alguém chama e você diz "já estou descendo", como se estivesse a uns cem metros do chão e do resto da humanidade! A imagem sugerida por esta frase "já estou descendo" jamais será a de você esculachada, de pijama, espalhada no sofá, mas sim de uma pessoa que está lá em cima, refletindo sobre assuntos da maior gravidade como, por exemplo, a iminente divisão do Sudão em dois ou a possibilidade de extradição de Cesare Battisti. E quem disse que uma escada não pode ser prática? Se você tem um mezanino, você terá um guarda-corpo e, claro, uma boa visão do que acontece lá embaixo; do alto de um mezanino, você pode comandar tudo o que acontece na casa dentro do seu campo de visão; tipo, assim, uma guarita particular, entende? E, se você não tem tempo ou recursos para uma academia, fique tranquila: na maioria das vezes, quando você chega ao alto da escada, você se lembra que esqueceu algo embaixo, e desce de novo; depois sobe, bate a sede, e você desce; e depois, sobe; e depois... Esqueça a  (muitas vezes) insidiosa e sem graça praticidade e repense seus conceitos sobre  escadas. Já estou descendo!


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Hotel DeBrett, na Nova Zelândia
(blog Casa deValentina)

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ano-Novo. Vida nova?


Ano-Novo, de novo. E sempre, fazer o quê? Este fato inexorável (ô, palavrinha definitiva, esmagadora!) suscita, sempre, mil promessas, mil intenções, mil esperanças. Então, vamos lá. No dia 6, tirei os enfeites de Natal (com certa pena, pois estava adorando o lustre enfeitado), pois é a data de entrega da Folia de Reis. A Folia de Reis, para quem não sabe,  começa no dia 24 de dezembro e termina no Dia de Reis (dia da visita dos reis magos), ou seja, em 6 de janeiro. Segundo a tradição, neste dia se encerra o período natalino. Não sei se outras pessoas partilham da mesma opinião, mas acho que a primeira semana não é bem começo de ano, é uma ressaca, um descanso da correria do final de ano, um graças a Deus que acabou. Então, o novo ano só começa mesmo nesta semana. Uma ótima sugestão, então, é recomeçar a ginástica, voltar a fazer caminhadas e dar uma organizada em papéis e tranqueiras. Livre-se do que não é mais necessário (aliás, não hesite em se livrar de uma tranqueira, mesmo se ela não for um ser inanimado). Para facilitar a tarefa, sugiro a leitura do livro Jogue 50 coisas fora, de  Gail Blanke, que mostra os danos do acúmulo do lixo material e do lixo mental. Um dos empecilhos para jogar fora coisas desnecessárias é a falta de tempo. Um fator a se considerar é que, se no meio das atividades cotidianas, encontramos sempre um tempinho para comprar, como é que não conseguimos encontrar tempo para nos livrar do que não nos serve mais? Para organizar, sugiro a leitura do blog Um brinco (veja o link). Nunca fui muito organizada, os papéis velhos se acumulam dentro da bolsa, vez por outra me deparo com algum objeto que não sei nem de onde veio, mas, quando procuro um documento e não sei onde ele está, constato (muito, muito irritada) que um mínimo de organização poupa muitos dissabores, muita perda de tempo. Quanto ao lixo mental, o esforço ainda é maior, sendo necessário uma disciplina ferrenha no sentido de não acumular lixo. Para encerrar, lembre-se da historinha do Buda, que ao ser ofendido com mentiras e injustiças, permaneceu impassível. Ao ser questionado sobre sua atitude, respondeu: "se alguém lhe dá um presente e você não aceita este presente, com quem fica o presente?".

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sábado, 8 de janeiro de 2011

É ouro, é ouro, é ouro!!!


Ah, a sofisticação do dourado! Para mim, o dourado lembra as historinhas infantis: os talheres de ouro, o vestido da princesa, a bola de ouro recolhida pelo sapo, o tesouro do rei...Um típico conto de fadas sem nada dourado?! Impensável! Lindo, chique, adorável, o dourado dá aquele toquezinho de glamour que falta em nossa vida. Aliás, acho que glamour quase sempre está em falta, principalmente nas atitudes. Exagero meu, como sempre. Só para desmentir esta afirmação precipitada: uma vizinha recolhe dentro de um balde os sapos que encontra (não se preocupem, acho que nenhum deles é aquele sapo que apanha a bola de ouro, que a princesa beija, que se transforma em príncipe, que...) e deixa no parque, para que eles não entrem nas nossas casas. Quer atitude mais glamourosa, mais delicada, mais in, mais cosmopolita? Enfim...Use sempre, mas com moderação. Vi por aí, ou por aqui, sei lá, leões dourados enfeitando (??!!!) um jardim: dá até um arrepio, não de emoção, de horror mesmo. Toques, pinceladas, detalhes, uma peça ou outra...o poder do dourado não exige mais do que isso, como bem mostram as fotos abaixo.

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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí...







Quem não se lembra dos famosos versos de Assis Valente : "vestiu uma camisa listrada e saiu por aí, em vez de tomar chá com torradas, ele bebeu parati..."? Tudo bem, quem nasceu antes de 1950 se lembra muito bem.  Como nos versos acima, as listras têm, na decoração e no vestuário, uma conotação de informalidade, de despojamento. Ao mesmo tempo, elas podem ser extremamente sofisticadas, mesmo sendo...assim...uma espécie de primas pobres dos xadrezes, que possuem extensa e tradicional família (o vichy, o príncipe de Gales, o pie-de-poule, o pie-de-coq, o burberry, o madras, o tartan...ufa!). A descontração das listras permite que elas se associem, sem discriminação, aos florais, aos xadrezes, a outras listras, aos tecidos lisos, aos tecidos estampados com bolas... Livres de qualquer preconceito, atualmente elas dão o tom em paredes, móveis, tapetes, estofados e objetos. Alistre-se neste movimento atualíssimo. Coloque listras em sua vida. Mesmo que seja só aquela camisa listradinha de azul que você viu na Zara. Já é um começo.
P.S. A boneca que abre esta postagem foi um presente da dona Nilde, feita por ela, que agora passa os dias sentada numa cadeira da minha sala (a boneca, não a dona Nilde, claro). Amei!

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