quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A revolução silenciosa do consumo colaborativo



Achei bem interessante, por isso transcrevo:

"O consumo colaborativo pode ser entendido como uma rápida mudança na forma de se realizarem trocas, partilhas, empréstimos, aluguéis e no modo de se presentear as pessoas, reinventando a prática do escambo por meio de tecnologias de rede, como a internet, em escala jamais vista antes. Recentemente, foi considerado pela revista estadunidense Time como uma das dez ideias que vão mudar o mundo. É inspirado nas principais tendências do início do século XXI, decorrentes das novas relações sociais difundidas pelo uso cada vez mais amplo da web e das possibilidades de relacionamento em rede, além da preocupação com o meio ambiente e a consciência coletiva voltada para práticas sustentáveis.
Poder ter acesso ao que se deseja apenas pelo tempo em que isso é realmente necessário é uma atitude mais dinâmica do que estabelecer compromissos e arcar com responsabilidades a longo prazo. Esse tipo de consumo baseado no compartilhamento agrega valor à experiência em detrimento do sentimento de posse, de simplesmente "ter". (...)
Um exemplo que se costuma citar para exemplificar as vantagens do consumo colaborativo: existem mais de 50 milhões de furadeiras no mercado estadunidense e, em média, cada uma delas é usada apenas de 6 a 13 minutos em toda a sua vida útil. A prática da troca virtual poderia, portanto, reduzir contrastes como esse.
No Brasil, o site DescolaAí é considerado a primeira iniciativa de consumo colaborativo no país. Lançado em julho de 2011, o portal oferece aos usuários uma plataforma de trocas, com o propósito de unir quem tem um objeto a emprestar a quem precisa de alguma coisa. Outro site dessa natureza é o BuscaLá. A proposta é que os produtos sejam usados por um maior número de pessoas, prolongando sua vida útil. Os portais também dispõem de ferramenta de trocas de produtos de cunho cultural - como livros, CDs e DVDs e jogos eletrônicos -, o que amplia sua atuação e aumenta as possibilidades de realização de negócios colaborativos pelos usuários.
A prática de consumo colaborativo também se ajusta às atuais demandas da sociedade por ações sustentáveis. O empréstimo de produtos diminui a necessidade de compra, o que se reflete na redução da busca por  novas matérias-primas. Além disso, o acesso aos bens também é um benefício social que pode trazer ganhos reais à população no futuro.
O surgimento desse novo tipo de comércio está diretamente relacionado à preocupação com o meio ambiente e à preferência por atitudes mais sustentáveis, que atendam os consumidores sem causar maiores impactos à natureza. Por meio do consumo colaborativo, tem-se acesso a uma maior gama de produtos sem que haja necessidade de aumentar a produção. Os produtos, uma vez vendidos, são compartilhados, reutilizados, passam a pertencer a uma coletividade e não apenas a um indivíduo. É uma prática que pode trazer ganhos à economia e estimular mudanças na condução dos negócios e no posicionamento das empresas. Trata-se, em suma, de uma revolução silenciosa."
(Vinícius Abbate, Revista Ético Atualiza)




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