Marília Fleury: O papel da parede

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O papel da parede

Kika Reichert

Tá na moda? Não tá? É muito caro? Ah, depende! E é lindo, sempre. Para mim, o papel de parede sempre teve seu lugar. E é possível achar alguns bem em conta. Aliás, é preciso fazer as contas. Considere, no caso da pintura, o preço da tinta, da mão de obra, o tempo que vai levar. Com papel, é pá-pum: escolheu, comprou, instalou; tudo em menos de três horas (tá bom, nem sempre); mas, enfim, é bem rápido. Quanto a enjoar, é só escolher com cuidado. De novo: a gente não enjoa daquilo que gosta muito (tá bom, o estrogonofe é uma exceção). E a moda? Ela vai e volta e, convenhamos, ter estilo é muito mais bacana do que acompanhar modismos. Aliás (de novo!), como diz a antenadíssima Danuza Leão (de novo!), quando todo mundo está usando uma determinada coisa é porque ela já não está mais na moda. E mais: o papel é de parede, mas você também pode colocar no teto, no móvel, misturar com espelho, colocar na vertical, na diagonal. Ah, agrida o senso comum. Coloque o texto na vertical: o assunto morreu? você precisou dar uma saidinha? A visita fica bem entretidinha, entortando o pescoço e tentando ler o que está escrito. E não passe recibo de desamor ao conhecimento: um papel de parede com estampa de livros engana bem (de longe, claro!). Sobras de papel? Faça um patchwork em uma cadeira ou na parede. Acabou de colocar o papel, enfeitou com um espelho, um quadro, flores no vaso? Finalize com uma poltrona detonadíssima. Você é uma certinha sem remédio? Poltroninha novinha. Show de bola!