terça-feira, 5 de outubro de 2010

Autenticidade X Presentes + Estranheza


Princípio primeiro: seja você mesmo (a não ser que você seja um psicopata, um estelionatário, um ladrão; nesses casos, não seja, NUNCA, SOB HIPÓTESE ALGUMA, DE JEITO NENHUM, você mesmo). Ser você mesmo implica (também) se cercar de pessoas e coisas que você aprecia e com as quais se identifica. Feitas estas considerações, chegamos à grave questão existencial: o que fazer com aquele objeto que você ganhou e não tem nada a ver com você, que você não acha bonito e que lhe causa a mesma estranheza que ver uma iguana atravessando a rua em pleno sol do meio-dia? Livre-se dele.Simples assim. Tome essa decisão sem culpa. Nada de se deixar assaltar por dúvidas oportunistas, do tipo: E se a Fulana vier aqui e não vir isso em cima da mesa? (Aliás, desconfie, sempre, do isso. Observe que, na maioria das vezes, ele aparece em contextos, digamos, pouco abonadores.). Questão existencial número dois: Como se livrar do OFE (Objeto Feio e Esquisito)? Lembre-se desta grande vantagem: as pessoas são diferentes (traduzindo: quem ama o feio, bonito lhe parece). Doe. Alguém (?!), com certeza, apreciará acolher o rejeitado OFE em seu lar. Outro fato a se considerar é que acidentes acontecem. E para que é mesmo que existem a labirintite e o delirium tremens? Você apanha o OFE com cuidado (para limpar, claro), bate aquela tontura ou sua mão treme e...Ops, acode aqui, Maria! A culpa não foi sua, claro. Agora, se você tiver presenteado alguém com um objeto decorativo e, posteriormente, houver uma modificação na decoração e o objeto não combinar com o ambiente, não se ressinta ao perceber que seu presente desapareceu misteriosamente. É fato público e notório que uma cozinha sofisticada, clean e toda branquinha não combina com um porta-chaves rústico (de madeira patinada, com galinhas ou porquinhos, ou pintinhos, ou...). Seja magnânimo, perdoe e aprenda com a experiência: na próxima vez, presenteie com um objeto mais tendencioso, ou seja, capaz de acompanhar várias tendências. Simples assim. Capítulo dois: doações. Não aceite aquilo que você não gosta. Esqueça o falso ditado A cavalo dado não se olham os dentes. Falso, mentiroso e vil. Como aproveitadora contumaz, costumo (a redundância me persegue!) selecionar o que recebo, excluindo roupas e objetos beges, remendados com durepox (ou durepóxi? ou durepóx?), cinzas e quetais (ok, mãe, eu sei que que tais é separado, mas quetais é mais expressivo). Lição de hoje: doe, perdoe, selecione, aceite que acidentes são inevitáveis. Simples assim.

Este endereço vai ser modificado, em breve, para www.mariliafleury.blogspot.com

2 comentários:

  1. Venho tentando postar comentários sobre o seu blog. Todas as vezes com muitos elogios ( de graça, por isso mesmo, verdadeiros). Perdi comentários longos sobre isso ou aquilo e cheguei à conclusão que enquanto algumas pessoas ( como você) já criam coisas incríveis nessa mídia, outras, coitadas ( como eu) ainda precisam ser alfabetizadas nessa áres. Enfim, depois de receber informações sobre como postar comentários em blogs, eis me ( esquisita essa expressão!)de novo aqui, na tentativa.
    Dessa vez vou ser curta e fina: amei tudo. E vou querer acompanhar todo dia o que você anda escrevendo, porque você é muito criativa e tem muito a dizer. Parabéns!!!

    Estou recomendando o seu blog para toda minha lista. E, ao recomendá-lo, estou também passando informações de como fazer postagens. Assim ninguém fica frustrado por não se manifestar.

    Sílvia de Souza

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  2. Você atingiu bem o ponto nevrálgico da questão. Que coisa dificil receber presentes que não têm nada a ver com a gente. Sou daquelas que difarçam, tem culpa de dar a quem por ventura goste,fingir um acidente para quebrá-lo... acho que preciso,como você, fazer um pouco de terapia. Mas valeu os conselhos,afinal, sempre é tempo de mudar... melhor quebrar que ficar ressentida.

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